Adquiri um livro que compila as fábulas de Jean de la Fontaine (1621-1695), ilustrado por Gustave Doré (1832-1883) e traduzido por Filinto Elísio (1734-1839) e Curvo Semedo (1766-1838). Já agora, a editora é a Europa-América. Todas estas pessoas foram muito importantes e permitiram que este livro fosse uma obra de arte mas eu queria aqui salientar Jean de la Fontaine. Quando era pequena, gostava imenso de ler contos e fábulas (na verdade, ainda hoje adoro), e lembro-me de ler as fábulas deste poeta que se tornou o pai da fábula. O modo como ele usa os animais para fazer alusão às personalidades humanas é não só divertido mas também educativo. Não fossem as fábulas acabadas sempre com a "moral da história". Eu gosto muito de La Fontaine e acho que qualquer criança deveria ter acesso às suas fábulas lidas e explicadas pelos pais, tios, avós... Eu li-as sozinha e não me queixo mas as coisas bonitas devem sempre ser partilhadas!
Encontrei a página oficial do museu Jean de la Fontaine situado em Château-Thierry que é a casa onde morou o poeta. Através do link, vão ter directamente ao sítio onde é possível encontrar as fábulas (em francês), muitas das quais, conhecemos ou já ouvimos algures sem saber muito bem onde... É impossível ler uma fábula sem acabar com um sorriso e pensar: "Hiii, pois é..." Vale a pena e é uma óptima leitura para um sono tranquilo.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o acesso estio.
"Amiga" - diz a cigarra -
"Prometo, à fé d'animal.
Pagar-vos antes de agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta:
"No verão em que lidavas?"
A pedinte ela pergunta.
Responde a outra: "eu cantava
Noite e dia, a toda hora."
"- Oh! Bravo!" - torna a formiga -
"Cantavas? Pois dança agora!"
A Cigarra e a Formiga
Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o acesso estio.
"Amiga" - diz a cigarra -
"Prometo, à fé d'animal.
Pagar-vos antes de agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta:
"No verão em que lidavas?"
A pedinte ela pergunta.
Responde a outra: "eu cantava
Noite e dia, a toda hora."
"- Oh! Bravo!" - torna a formiga -
"Cantavas? Pois dança agora!"
Site oficial do museu Jean de la Fontaine: http://www.musee-jean-de-la-fontaine.fr/jean-de-la-fontaine-page-fr-1-0-5.html
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