quarta-feira, 10 de julho de 2013

poesia de Fernando Pessoa- Editorial Presença


Para ler e voltar a ler as vezes que nos apetecer!



Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.

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