Hoje deparei-me com um artigo muito interessante e que dá que pensar. O Rei Leão foi o primeiro filme de animação que a minha irmã e eu vimos no cinema e como este filme faz este ano 20 anos (como o tempo passa), significa que o vimos com as idades de 5 e 10 anos. Posso dizer-vos que foi um filme marcante para ambas e que ainda hoje é um dos nossos filmes de animação preferidos e espero sinceramente que tantos os meus filhos como os dela encontrem a paciência para saber apreciar uma história tão bonita...
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O "Rei Leão" já tem 20 anos: hoje em dia não seria realizado
Quinta feira, 2 de
janeiro de 2014
É triste, mas a maioria das crianças e adolescente de
hoje não consegue ver "O Rei Leão" (já fiz a experiência). Não têm a
capacidade de ficarem sossegadas a ver uma história densa. Para ser visível
hoje em dia, "O Rei Leão" precisaria de distracções a cada cinco
minutos e a história nunca poderia ser tão trágica. O nosso ambiente
infantilizado assim o exigiria. Querem um exemplo? Ontem, mesmo antes do
"Rei Leão", a SIC passou um filme do Urso Pooh. O coelho do grupo
empunhava um mata-moscas velho e dizia que queria um mata-moscas novo pelo
Natal. Mas alguém achou que o coelhinho não podia dizer
"mata-moscas" e, por isso, inventaram o termo
"enxota-moscas". A palavra "mata-moscas" seria demasiada
negra para as criancinhas, não é verdade? Os desenhos animados de hoje são
assim: polidos "enxota moscas", histórias cobertas por uma camada
higiénica que impede a entrada de questões morais como o mal, a perda, o medo,
a morte. Aliás, já nem sequer há histórias. Os canais de desenhados animados
que enchem a tv por cabo substituíram as histórias por programas interactivos.
Os bonecos já não são personagens de narrativas com um fundo moral, são
anfitriões de jogos de computador que interagem com as crianças, "olhem,
vocês aí em casa, agora aprendam a contar", "agora dancem como
eu".
No espaço de uma geração, o
Ocidente inteiro esqueceu a lição dos contos de Andersen e dos Grimm: o terror
e o mal existem nas histórias infantis, porque o contacto com o medo é
o único caminho para a formação de entes morais. A moral não se ensina em
abstracto. O mal e a tragédia do "Rei Leão" têm um papel
formativo na cabecinha das crianças. E na nossa também, porque os
tios também vêem o "Rei Leão", um filme para crianças de 1994
que é mais adulto do que a maioria dos filmes para adultos que Hollywood faz
hoje em dia.
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